Aparalisia de Bell ocorre por motivos desconhecidos (idiopática) e acomete os neurônios motores periféricos. É sempre aguda e afeta todos os grupos musculares da expressão facial em apenas um lado da face.

Grande parte dos estudos aponta que a paralisia de Bell se resolve espontaneamente em três semanas, e a maioria dos pacientes se cura espontaneamente nesse período. Os pacientes que não se curam nesse período apresentam sequelas como paresia, contratura, espasmo facial ou sincinesia.

O tratamento medicamentoso consiste de corticoesteróides e antivirais, amplamente utilizados no estágio agudo da doença para acelerar o processo de cicatrização e reduzir o risco de complicações. No entanto, não há eficácia total em pacientes com sequelas. Uma segunda opção são os tratamentos como toxina botulínica tipo A, cirurgia e fisioterapia.

A acupuntura é um método terapêutico seguro e de baixo risco em várias doenças, incluindo a paralisia de Bell, e não há evidências de efeitos deletérios. É utilizada com segurança como tratamento complementar em crianças e adultos. A eletroacupuntura é amplamente usada no tratamento da paralisia de Bell. Os pacientes que não apresentam melhora após terapia antiviral e esteroide e que desenvolvem sequelas podem receber terapia de eletroacupuntura para obter melhora precoce e interromper complicações.

Um estudo incluiu pacientes diagnosticados com paralisia de Bell pelo menos três meses antes da triagem, com tratamento clínico concluído, sequelas persistentes e com 15 anos ou mais. Foram excluídos os pacientes com paralisia facial central, paralisia facial periférica que não seja paralisia de Bell, paralisia facial resultante de causas como trauma, otite média e neoplasias, pacientes que receberam anteriormente tratamento com acupuntura para paralisia de Bell, tumores malignos passados ou atuais, condições graves que requerem intervenção médica (por exemplo, hipertensão grave, diabetes não controlado, distúrbios neurológicos ou psiquiátricos graves, disfunção hepática ou renal, doenças sistêmicas inadequadas para o tratamento com acupuntura), mulheres grávidas ou lactantes e pacientes que não forneceram consentimento.

Foram escolhidos 40 pacientes com diagnóstico de paralisa de Bell, que foram divididos em 2 grupos de 20 participantes. Um grupo foi submetido a eletroacupuntura e o outro ficou em lista de espera. Os avaliadores ficaram cegos e não obtiveram informações dos pacientes

O tratamento com acupuntura foi realizado por um médico e anatomista. O protocolo de acupuntura foi baseado em uma revisão de literatura.

Os pacientes do grupo de acupuntura foram tratados por eletroacupuntura e acupuntura na orelha (método Nogier) três vezes por semana, durante 4 semanas (um total de 12 sessões em 4 semanas). Durante esse período, os pacientes do grupo controle foram solicitados a continuar com sua rotina diária sem receber nenhum outro tratamento, incluindo medicamentos à base de plantas.

O tratamento com acupuntura foi aplicado, com os participantes em decúbito dorsal, usando agulhas descartáveis, esterilizadas e de aço inoxidável. O artigo estudado não fez referência aos pontos utilizados no pavilhão auricular. Os pontos sistêmicos utilizados na eletroacupuntura foram:

– no lado afetado da face: E2, E6, TA17, Ex-HN5 (taiyang).

– no lado dominante dos membros: CS5, CS6, C7, F2 e F3.

– bilateral: E4, E7, E36, IG4, IG10 e VB14.

– na linha média: VG20, VG24, Ex-HN3 (yintang) e VC24.

O objetivo principal no tratamento da paralisia de Bell é estabelecer a simetria facial. Os resultados eletrofisiológicos e da escala de classificação mostram que a acupuntura é eficaz no tratamento das sequelas da paralisia de Bell.

O tratamento com acupuntura pode ser considerado um método eficaz e seguro, particularmente no tratamento de pacientes com sequelas persistentes de paralisia de Bell e pode ter um efeito positivo na cicatrização de pacientes com essas sequelas.

Fonte: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S2005290118304370?via%3Dihub

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